São Paulo, terra boa...

Apesar de todo caos,
Apesar de toda violência,
Apesar de toda falta de instrutura em diversos âmbitos,
Apesar de política mal aplicada, 
E de todo meu desejo de ir embora,
Essa é a terra em que nasci.

É aqui que tudo acontece
É aqui que tudo não pára
É aqui que todos se abrigam
Essa é a terra em que nasci.

Terra da garoa, cidade que não pára, 
Mãe que acolhe à todos, megalópole brasileira, 
Terra de gente apressada, batalhadora, 
Que não cansa e nem descansa. 

Essa é a minha cidade, a minha São Paulo.

Parabéns pelos seus lindos 457 anos!


Sampa
Caetano Veloso

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi
De mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende de pressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Panaméricas de áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo Quilombo de Zumbi
E os novos baianos te podem curtir numa boa
E novos baianos passeiam na tua garoa.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Sampa não é minha cidade natal, mas é onde quero passar meus próximos Natais. Amo isso aqui, de um jeito frenético, viciante e a base de muito cafeina.

Gostei do texto, meu bem.
Paulistanos (tá certo, né?!) nada-frios são raros por aqui, mas eles existem. Vc é prova.
:)
Bjo
Val
http://donavalpacheco.blogspot.com/2011/09/4-anos-de-sampa-e-outras-cafeinas.html